Rodada 1.
Contribuição: Lidianne Narducci Monteiro (Codivet, Vitória/ES)
Cão, 8 anos de idade.
- Tecido/órgão: Pele pilosa.
- Diagnósticos diferenciais: Pilomatricoma e carcinoma de células basais/células basais queratinizante (se com células predominantemente basaloides), tricofoliculoma (se com diferenciação infundíbulo-istmica)
- Característica(s) microscópica(s) diagnóstica(s) comum(ns) aos diferenciais: Presença de múltiplas estruturas císticas preenchidas por material cornificado
- Diferença(s) que permite(m) a distinção entre os diferenciais: Presença de epitélio istmico ou infundibular (em relação ao pilomatricoma); grandes estruturas císticas e contorno de epitélio e material matrical (em relação às lesões de células basais); maior número de cistos e tricogênese avançada (em relação ao tricofoliculoma)
- Diagnóstico: Tricoepitelioma
Rodada 2.
Contribuição: Hugo Enrique Orsini Beserra (SP VetSchool, Sâo Paulo/SP)
Felino, 8 anos de idade.
- Natureza do quadro: Infeccioso/fúngico.
- Classificação citopatológica do processo observado: Processo inflamatório piogranulomatoso (associado com organismos leveduriformes - sugestivas/compatíveis com Histoplasma spp.)
- Coloração(ões) especial(is) histoquímica(s) que pode(m) ser empregada(s) para auxiliar no diagnóstico e característica técnica química que gera o efeito desejado na investigação: Ácido periódico de Schiff (P.A.S.), cora mucopolissacarídeos na cápsula fúngia - vermelho/róseo; metenamina de prata de Grocott (GMS - modificado por Grocott), cora carboidratos da cápsula fúngica em preto
- Diagnósticos diferenciais e características que permitem a diferenciação entre si: Esporotricose - levedura dimórfica, com variedades ovoides e alongadas, tamanho de 3 a 9 micrometros; Criptococose - organismo com cápsula que forma halo claro, tamanho de 4 a 15 micrometros (variedade não encapsulada, especialmente, ocasionalmente pode apresentar formato alongado em determinadas colorações à citologia, especialmente Romanowsky rápido - Cryptococcus em versão críptica)
- Diagnóstico: Histoplasmose
Rodada 3.
Contribuição: Adriana da Silva Santos (Instituto Federal Goiano, IFGoiano, Uturaí/GO)
Bovino, idade superior à 36 meses de idade.
- Quais achados macro e microscópicos permitem o diagnóstico de intoxicação pela planta apresentada? Presença de sementes ou fragmentos de favas da planta nos pré-estômagos. Hepatomegalia com padrão lobular evidente e coloração alaranjada. À microscopia, necrose centrolobular no fígado, retenção multifocal e pigmentos biliares em canalículos, além de agregados de macrófagos espumosos que podem conter cristais refringentes no citoplasma.
- Quais os principais fatores de risco para a ocorrência da intoxicação pela planta? A época de frutificação coincide com o período de seca na região centro-oeste, onde é comum encontramos essas árvores. Desse modo, devido a baixa oferta de alimentos, bovinos em regime semi-extensivo e extensivo podem se alimentar dos frutos que caem ao solo.
- A intoxicação pela planta apresentada, em conjunto com a alteração macroscópica no órgão lesionado apresentado, podem levar à ocorrência de qual como consequência? Fotossensibilização hepatógena.
- Diagnóstico(s) diferencial(is) considerando alteração (oes) microscópica(s) esperada(s) no órgão lesionado apresentado e característica(s) que permite(m) a diferenciação entre si. A intoxicação mais severa é comum em bezerros e animais introduzidos em pastagens de Brachiaria spp. A forma subclínica mais prevalente em regiões onde se espera encontrar a planta, como a Região Centro-Oeste. Estudos demonstram a presença desses macrófagos em fígados de animais abatidos em frigoríficos, ratificando a maior ocorrência da intoxicação subclínica.
- Diagnóstico. Intoxicação por Stryphnodendron spp. (barbatimão)
Rodada 4.
Contribuição: Paula Velozo Leal (Universidade Federal da Bahia, UFBA , Salvador/BA)
Ovino, confinado, jovem.
- Diagnóstico morfológico. Pulmão: Broncopeumonia abscedativa acentuada associada à presença de conteúdo ruminal; Músculo esquelético: Miosite necrotizante polifásica multifocal acentuada associada com edema.
- Diagnósticos diferenciais à macroscopia e achados macroscópicos que sugerem a diferenciação. Intoxicação por ionóforos; intoxicação por Senna ocidentallis ou Senna obtusifolia; miopatia por decúbito prolongado; gossipol em produtos de semente de algodão - ruminantes pouco suscetíveis.
- Patogenia dos sinais clínicos esperados na condição. Na Miopatia nutricional, em geral, há fatores precipitantes dessas doenças, os quais incluem crescimento rápido, execução de exercícios para os quais o animal não está preparado e fator dietético, como o excesso de ácidos graxos não saturados na alimentação. Geração de radicais livres com deficiência de sequestradores de radicais livres, como vitamina E e Selênio (protetores por seu papel na glutationa peroxidase e outras selenoproteínas), gerando dano oxidativo, perda da integridade e estabilidade da membrana celular. O característico mineral selênio é um componente vital do sistema glutationa peroxidase, que ajuda a proteger as células de lesões oxidativas. A alta necessidade de oxigênio combinada à atividade contrátil torna os músculos estriados, tanto o esquelético quanto o cardíaco, particularmente sensíveis à lesão oxidativa. Os animais neonatos, que contam com estoques de selênio acumulados durante a gestação, com frequência são os mais afetados. O músculo afetado fica pálido como resultado da necrose (daí o nome comum doença do músculo branco). Para lesão pulmonar, alterações de posição (dificuldade de permanência em estação) e de lesão muscular em músculos da deglutição e esofágicos predispõe a ocorrência de falsa via no momento da ingestão de alimentos e da ruminação.
- Exames complementares que permitem a confirmação diagnóstica. Dosagem de vitamina E e selênio e de antibióticos ionóforos na ração; histopatologia para verificação de lesão monofásica (lesão aguda geralmente traumática); dosagem de vitamina E e selênio em tecido congelado.
- Diagnóstico etiológico e etiologia. Miopatia nutricional; pneumonia aspirativa; deficiência de vitamina E e selênio.
Rodada 5.
Contribuição: Samay Zillmann Rocha Costa (Instituto Federal Farroupilha, IFFar, Campus Frederico Westphalen/RS)
Cão, 8 anos de idade.
- Qual o tecido. Tecido adiposo/subcutâneo.
- Qual a aparência macroscópica esperada. Tecido adiposo com áreas discretamente elevadas variando de esbranquiçadas a amareladas com áreas multifocais que podem ranger ao corte.
- Quais as possíveis causas no cão e nas outras espécies domésticas? Nos cães pode estar relacionado com traumas, ter perfil estéril, causas infecciosas e em casos de pancreatite. Também existe documentação de relação com deficiência de vitamina E/selênio, aplicação de vacinas, corpos estranhos e reações adversas a fármacos. Em algumas raças de equinos sugere-se ainda um fator hereditário para o desenvolvimento dessa condição em potros.
- Quais características microscópicas permitem o diagnóstico? Necrose do tecido adiposo, com eventual visualização de fendas de cristais de colesterol, com infiltrado inflamatório predominante composto por macrófagos epitelioides e áreas multifocais de mineralização (reação de saponificação). Podem ser visualizados lipocistos (áreas de rompimento de adipócitos) e células gigantes multinucleadas, especialmente quando há mineralização.
- Diagnóstico morfológico: Esteatite granulomatosa, difusa, acentuada.
Rodada 6.
Contribuição: Guilherme Reis Blume (Laboratório HistoPato, Brasília/DF)
Ovino, confinado, jovem.
- Origem celular. Células linfoides (linfonodo).
- Características microscópicas que permitem caracterizar a origem celular. Presença de corpúsculos linfoglandulares, fundo azulado à coloração Romanowsky e células linfoides de diferentes tamanhos.
- Coloração(ões) especial(is) que podem auxiliar no diagnóstico citológico, por quê e qual sua base química de interação? Neste caso, Giemsa pode auxiliar ao evidenciar em coloração arroxeada bem definida o cinetoplasto do micro-organismo, com o núcleo em coloração mais roxo-avermelhada. Colorações para fungos (Grocott, PAS, etc.) podem auxiliar na exclusão de diferenciais.
- Achados microscópicos que permitem caracterizar o diagnóstico? Proliferação de alguns macrófagos, plasmócitos, poucos neutrófilos e células Mott, com formas amastigotas intrahistiocíticas e extracelulares medindo cerca de 1-2 micrômetros, com citoplasma claro, núcleo basofílico, por vezes com cinetoplasto perpendicular compatíveis com Leishmania spp.
- Diagnóstico: Processo inflamatório (linfadenite) granulomatoso e plasmocítico com formas amastigotas intracitoplasmáticas e extracelulares compatíveis com Leishmania spp. - Leishmaniose.