Resolução – Gincana dos Residentes 2020

Rodada 1.

Contribuição: Lidianne Narducci Monteiro (Codivet, Vitória/ES) 

Cão, 8 anos de idade.

  1. Tecido/órgão: Pele pilosa.
  2. Diagnósticos diferenciais: Pilomatricoma e carcinoma de células basais/células basais queratinizante (se com células predominantemente basaloides), tricofoliculoma (se com diferenciação infundíbulo-istmica)
  3. Característica(s) microscópica(s) diagnóstica(s) comum(ns) aos diferenciais: Presença de múltiplas estruturas císticas preenchidas por material cornificado
  4. Diferença(s) que permite(m) a distinção entre os diferenciais: Presença de epitélio istmico ou infundibular (em relação ao pilomatricoma); grandes estruturas císticas e contorno de epitélio e material matrical (em relação às lesões de células basais); maior número de cistos e tricogênese avançada (em relação ao tricofoliculoma)
  5. Diagnóstico: Tricoepitelioma

 

Rodada 2.

Contribuição: Hugo Enrique Orsini Beserra (SP VetSchool, Sâo Paulo/SP) 

Felino, 8 anos de idade.

  1. Natureza do quadro: Infeccioso/fúngico.
  2. Classificação citopatológica do processo observado: Processo inflamatório piogranulomatoso (associado com organismos leveduriformes - sugestivas/compatíveis com Histoplasma spp.)
  3. Coloração(ões) especial(is) histoquímica(s) que pode(m) ser empregada(s) para auxiliar no diagnóstico e característica técnica química que gera o efeito desejado na investigação: Ácido periódico de Schiff (P.A.S.), cora mucopolissacarídeos na cápsula fúngia - vermelho/róseo; metenamina de prata de Grocott (GMS - modificado por Grocott), cora carboidratos da cápsula fúngica em preto
  4. Diagnósticos diferenciais e características que permitem a diferenciação entre si: Esporotricose - levedura dimórfica, com variedades ovoides e alongadas, tamanho de 3 a 9 micrometros; Criptococose - organismo com cápsula que forma halo claro, tamanho de 4 a 15 micrometros (variedade não encapsulada, especialmente, ocasionalmente pode apresentar formato alongado em determinadas colorações à citologia, especialmente Romanowsky rápido - Cryptococcus em versão críptica)
  5. Diagnóstico: Histoplasmose

Rodada 3.

Contribuição: Adriana da Silva Santos (Instituto Federal Goiano, IFGoiano, Uturaí/GO)

Bovino, idade superior à 36 meses de idade.

  1. Quais achados macro e microscópicos permitem o diagnóstico de intoxicação pela planta apresentada? Presença de sementes ou fragmentos de favas da planta nos pré-estômagos. Hepatomegalia com padrão lobular evidente e coloração alaranjada. À microscopia, necrose centrolobular no fígado, retenção multifocal e pigmentos biliares em canalículos, além de agregados de macrófagos espumosos que podem conter cristais refringentes no citoplasma.
  2. Quais os principais fatores de risco para a ocorrência da intoxicação pela planta? A época de frutificação coincide com o período de seca na região centro-oeste, onde é comum encontramos essas árvores. Desse modo, devido a baixa oferta de alimentos, bovinos em regime semi-extensivo e extensivo podem se alimentar dos frutos que caem ao solo.
  3. A intoxicação pela planta apresentada, em conjunto com a alteração macroscópica no órgão lesionado apresentado, podem levar à ocorrência de qual como consequência? Fotossensibilização hepatógena.
  4. Diagnóstico(s) diferencial(is) considerando alteração (oes) microscópica(s) esperada(s) no órgão lesionado apresentado e característica(s) que permite(m) a diferenciação entre si. A intoxicação mais severa é comum em bezerros e animais introduzidos em pastagens de Brachiaria spp. A forma subclínica mais prevalente em regiões onde se espera encontrar a planta, como a Região Centro-Oeste. Estudos demonstram a presença desses macrófagos em fígados de animais abatidos em frigoríficos, ratificando a maior ocorrência da intoxicação subclínica.
  5. Diagnóstico. Intoxicação por Stryphnodendron spp. (barbatimão)

Rodada 4.

Contribuição: Paula Velozo Leal (Universidade Federal da Bahia, UFBA , Salvador/BA)

Ovino, confinado, jovem.

  1. Diagnóstico morfológico. Pulmão: Broncopeumonia abscedativa acentuada associada à presença de conteúdo ruminal; Músculo esquelético: Miosite necrotizante polifásica multifocal acentuada associada com edema.
  2. Diagnósticos diferenciais à macroscopia e achados macroscópicos que sugerem a diferenciação. Intoxicação por ionóforos; intoxicação por Senna ocidentallis ou Senna obtusifolia; miopatia por decúbito prolongado; gossipol em produtos de semente de algodão - ruminantes pouco suscetíveis.
  3. Patogenia dos sinais clínicos esperados na condição. Na Miopatia nutricional, em geral, há fatores precipitantes dessas doenças, os quais incluem crescimento rápido, execução de exercícios para os quais o animal não está preparado e fator dietético, como o excesso de ácidos graxos não saturados na alimentação. Geração de radicais livres com deficiência de sequestradores de radicais livres, como vitamina E e Selênio (protetores por seu papel na glutationa peroxidase e outras selenoproteínas), gerando dano oxidativo, perda da integridade e estabilidade da membrana celular. O característico mineral selênio é um componente vital do sistema glutationa peroxidase, que ajuda a proteger as células de lesões oxidativas. A alta necessidade de oxigênio combinada à atividade contrátil torna os músculos estriados, tanto o esquelético quanto o cardíaco, particularmente sensíveis à lesão oxidativa. Os animais neonatos, que contam com estoques de selênio acumulados durante a gestação, com frequência são os mais afetados. O músculo afetado fica pálido como resultado da necrose (daí o nome comum doença do músculo branco). Para lesão pulmonar, alterações de posição (dificuldade de permanência em estação) e de lesão muscular em músculos da deglutição e esofágicos predispõe a ocorrência de falsa via no momento da ingestão de alimentos e da ruminação.
  4. Exames complementares que permitem a confirmação diagnóstica. Dosagem de vitamina E e selênio e de antibióticos ionóforos na ração; histopatologia para verificação de lesão monofásica (lesão aguda geralmente traumática); dosagem de vitamina E e selênio em tecido congelado.
  5. Diagnóstico etiológico e etiologia. Miopatia nutricional; pneumonia aspirativa; deficiência de vitamina E e selênio.

Rodada 5.

Contribuição: Samay Zillmann Rocha Costa (Instituto Federal Farroupilha, IFFar, Campus Frederico Westphalen/RS)

Cão, 8 anos de idade.

  1. Qual o tecido. Tecido adiposo/subcutâneo.
  2. Qual a aparência macroscópica esperada. Tecido adiposo com áreas discretamente elevadas variando de esbranquiçadas a amareladas com áreas multifocais que podem ranger ao corte.
  3. Quais as possíveis causas no cão e nas outras espécies domésticas? Nos cães pode estar relacionado com traumas, ter perfil estéril, causas infecciosas e em casos de pancreatite. Também existe documentação de relação com deficiência de vitamina E/selênio, aplicação de vacinas, corpos estranhos e reações adversas a fármacos. Em algumas raças de equinos sugere-se ainda um fator hereditário para o desenvolvimento dessa condição em potros.
  4. Quais características microscópicas permitem o diagnóstico? Necrose do tecido adiposo, com eventual visualização de fendas de cristais de colesterol, com infiltrado inflamatório predominante composto por macrófagos epitelioides e áreas multifocais de mineralização (reação de saponificação). Podem ser visualizados lipocistos (áreas de rompimento de adipócitos) e células gigantes multinucleadas, especialmente quando há mineralização.
  5. Diagnóstico morfológico: Esteatite granulomatosa, difusa, acentuada.

Rodada 6.

Contribuição: Guilherme Reis Blume (Laboratório HistoPato, Brasília/DF)

Ovino, confinado, jovem.

  1. Origem celular. Células linfoides (linfonodo).
  2. Características microscópicas que permitem caracterizar a origem celular. Presença de corpúsculos linfoglandulares, fundo azulado à coloração Romanowsky e células linfoides de diferentes tamanhos.
  3. Coloração(ões) especial(is) que podem auxiliar no diagnóstico citológico, por quê e qual sua base química de interação? Neste caso, Giemsa pode auxiliar ao evidenciar em coloração arroxeada bem definida o cinetoplasto do micro-organismo, com o núcleo em coloração mais roxo-avermelhada. Colorações para fungos (Grocott, PAS, etc.) podem auxiliar na exclusão de diferenciais.
  4. Achados microscópicos que permitem caracterizar o diagnóstico? Proliferação de alguns macrófagos, plasmócitos, poucos neutrófilos e células Mott, com formas amastigotas intrahistiocíticas e extracelulares medindo cerca de 1-2 micrômetros, com citoplasma claro, núcleo basofílico, por vezes com cinetoplasto perpendicular compatíveis com Leishmania spp.
  5. Diagnóstico: Processo inflamatório (linfadenite) granulomatoso e plasmocítico com formas amastigotas intracitoplasmáticas e extracelulares compatíveis com Leishmania spp. - Leishmaniose.

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